Eugênio Tadeu: “Não existe, mais, o monopólio de uma arte marcial e sim o melhor lutador”
Entrevistar Eugênio Tadeu é reverenciar a história do antigo Vale -Tudo, no Brasil. Grande representante da Luta Livre, Eugênio, com certeza, fez parte do crescimento deste esporte que, hoje, com as regras do UFC, conquistou o mundo.
Confira a entrevista:
FP-Como você começou na luta?
Eugênio Tadeu- Sempre gostei de luta por influência familiar. Tenho um tio que treinava boxe e sempre bricava comigo, de luta. Aos 14 anos, fui treinar capoeira e aos 17 comecei a treinar muay thai. Já aos 20, passei a treinar luta livre.
FP-Como era a rivalidade: luta livre x JJ?
R- A verdade é que não era nada contra o JJ e sim em relação a alguns lutadores da modalidade. Realmente, havia uma disputa pela igualdade da artes marciais. Devido a esta rixa, acabou havendo uma democracia das lutas, que, hoje, podemos ver que acabou melhorando esta história toda.
FP-Você protagonizou combates que marcaram a rivalidade com o jiu-jitsu, como nas lutas contra Royler (com a academia fechada), Wallid e Renzo. Qual foi o mais duro entre estes três?
R- Neste caso, acabou sendo o Royler, por ser do meu peso. Ele teve apenas uma vantagem: a porrada foi na academia dele. O resto foi tudo igual para os dois. O Royler é guerreiro e Homem.
FP-Na luta contra o Renzo, no Pentagon Combat, aconteceu a maior pancadaria da história do Vale – Tudo, no Rio de janeiro. Tal fato, levou a proibição do esporte por muito tempo. A briga poderia ter sido evitada?
R- Acredito que não, porque já havia uma mágoa da luta, no Grajaú Tênis Clube, de 1991, quando fui juntado fora do ringue.
FP-Quantas lutas você já fez?
R- Lutei em quase todas as modalidades: muay tahi, luta livre esportiva, submisson, jiu-jitsu , luta olímpica e judô. Ao todo, foram 50 lutas.
FP-Como você vê o crescimento do MMA?
R- O crescimeto do MMA veio atraves da batalha entre luta-livre e jiu-jitsu. Assim, o vale tudo foi se espalhando, pelo mundo, e mostrando que não existe a melhor luta e sim o melhor lutador (como falei, anteriormente). Todos podem ganhar, basta treinar.
FP-Você faz parte do hall de lutadores mais importantes do esporte. Como você se sente?
R- Certamente, fico muito alegre em ter minha trajetória e meu trabalho reconhecidos. Não, apenas, lutei, mas ajudei a formar cidadãos, sempre olhando, mais, para aqueles que eram excluídos. Oferecia oportunidade de trabalho, através das artes marciais, e tinha como meta sempre melhorar a auto- estima das pessoas: contribuir na formação do caráter , visando que quem passasse pela minha mão, pudesse ter um futuro brilhante.
FP-Você está envolvido, de alguma forma, hoje, no MMA?
R- Sim. Sempre trabalho em eventos, seja na organização; como juiz ou consultor. Tenho uma ONG , chamada RECUPERAR. Esta ONG trabalha com pessoas de baixo poder econômico, ensinando muay thai e luta-livre esportiva. A ideia é formar, quem sabe, grandes lutadores que, no futuro, possam ser encaminhados para o mundo do MMA. O objetivo é tirar pessoas da criminalidade e ociosidade. Oferecemos cursos profissionalizantes, o que acaba gerando, mais, opções no mecado de trabalho.
FP- Atualmente, quem é seu lutador preferido, no MMA?
R – Anderson Silva, pois além de ser excelente lutador, é meu amigo.
Postado por oscardaniotti às 22:49
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